Os melhores filmes

Bem-vindo amigo cinéfilo. Aqui você encontrará análises e críticas de filmes de todos os gêneros, de toda qualidade e de todas as épocas.Faça suas sugestões e críticas ao blog na construção de um centro aprimorado de discussão da sétima arte.Nós, Douglas Celente, Jorge Celente e Fábio Silva, esperamos que possamos ajudar vocês entrarem no maravilhoso mundo de uma arte quase perdida:o bom cinema. Diversão a todos.

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sábado, 9 de outubro de 2010

Saudades de um Branquinho



Branquinho chegou em casa de intruso, mas ficou até ontem, 08/10/2010, como um amigo e irmão.


Ao meu querido Branquinho, cachorro amado por muitos e como poucos, minha homenagem e agradecimento por anos de carinho, companheirismo e afeto. Sentirei falta de você me recebendo no portão sempre que chego do trabalho. Sentirei falta de lhe jogar um osso, te apertar o focinho e coçar tuas orelhas até dormir.
Sentirei muito a sua falta.

Beijos no focinho, e fica bem.

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sábado, 2 de outubro de 2010

The Gay Divorcee

(The Gay Divorcee, 1934, 107 min)

Mais um título para a nossa sessão "Clássicos" e, mais uma vez, da perfeita dupla que tem a marca de 10 filmes juntos. Dessa vez, Ginger e Fred vivem os personagens de Mimi Glossop e Guy Holden. Mimi é uma jovem esposa não contente com seu casamento, e pretende se separar de seu marido. Com esse intuito ela recebe a ajuda de sua tia Hortence (Alice Brady), que a visita em Londres e diz conhecer a pessoa ideal para cuidar do caso.
Do outro lado de Londres estão Guy Holden e Egbert Fitzgerald (Edward Everett Horton), recém-chegados a Londres onde Egbert cuidará dos negócios do pai, um escritório de advocacia, por uns tempos.
Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse Guy conhecer Mimi num desastrado incidente na estação, e essao ter repudiado desde então. Pior ainda foi tia Hortence contratar os serviços de Egbert para resolver o caso de Mimi: eles contratariam um profissional para simular que Mimi tría o marido e conseguir o divórcio. Isso tudo se daria num hotel luxuoso nas proximidades.
Como não poderia ser diferente, ao menos em se tratando de um filme da dupla Rogers-Astaire, muitos desencontros acontecerão até que os pombinhos possam, finalmente, ficar juntos no final.
Indicado a 3 Oscar, vencendo o primeiro prêmio por "Melhor Música", com a canção de 22 minutos chamada "The Continental", o filme é um dos primeiros da dupla, e um bem divertido, por sinal.

Mais uma indicação do Excelente Filmes para toda a família. Bom espetáculo a todos.




Título: A Alegre Divorciada
Original: The Gay Divorcee
País: EUA
Elenco Principal: Fred Astaire, Ginger Rogers, Edward Everett Horton, Erik Rhodes, Alice Brady
Companhia: RKO Radio Pictures
IMDBhttp://www.imdb.com/title/tt0025164/

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Not the Messiah: He's a Very Naughty Boy

(Not the Messiah: He's a Very Naughty Boy, 2009, 92 min)


Sim, amigos, eles voltaram. Bem, não todos eles, afinal John Cleese, por questão de outros compromissos, não pôde comparecer ao sensacional "Not The Messiah (He is a very naughty boy)" do grupo Monty Python.
Dessa vez, Eric Idle organizou uma peça para comemorar o Jubileu de Rubi (40 anos) do grupo, e resolveu atacar algo com o qual tinham mexido pouco até então: a música clássica. Essa peça é formada, salvo engano, por 120 coristas, 240 músicos da Orquestra Sinfônica da BBC regida por John Du Prez, um tenor, um baixo-barítono, uma soprano e uma mezzo-soprano, além de Eric Idle e participações de Carol Cleveland, Michael Palin, Terry Jones e Terry Gilliam. E como tema, nada mais, nada menos que a história de Brian (A Vida de Brian, filme de maior sucesso do grupo, produzido em 1979), com uma abordagem inédita e hilária, com variações da Lumberjack Song (além da original), Nudge-nudge, Biggus Dickus, César, Mandy, Reg, Judith, e muitas piadas velhas que ainda nos matam de rir.
Disponível em DVD e Blu-Ray, essa obra prima desse grupo a quem o humor tanto deve não pode passar batida pelo Brasil. Mais uma vez, para quem ainda não sabe, os Pythons ainda hoje influenciam grande parte dos humoristas mundo afora, Brasil incluso, e sua série televisiva, o "Flying Circus" foi e é sucesso mundial. Tenho a coleção toda (filmes e série) além de outras produções mais chatas de se encontrar, e, de certo, vale MUITO a pena.
ExcelenteFilmes aprova, recomenda e assina embaixo.

Até breve com mais uma indicação.


Título: Not the Messiah: He's a Very Naughty Boy
Original: Monty Python: Não é o Messias (é um rapaz muito mal comportado)
País: Reino Unido
Elenco Principal: Eric Idle, Shannon Mercer, Rosalind Plowright, William Ferguson, Christopher Purves e participações de Carol Cleveland, Michael Palin, Terry Jones e Terry Gilliam
Companhia: Sony Pictures
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1616543/

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domingo, 18 de julho de 2010

1984

(Nineteen Eighty-Four, 1984, 113 min)
Imagine-se numa sociedade em que se vive para o trabalho e trabalha-se para viver. Imagine ainda que tudo o que você sabe sobre o resto do mundo é o que te dizem na televisão e que, no geral, o mundo está em guerra. Agora suponha que essa mesma mídia que traz informação à massa controla a informação a seu bel prazer, fazendo com que as pessoas ajam e pensem como ela quer. E aí? Conseguiu identificar alguma similaridade entre a trama e a sua vida cotidiana? Não é pra menos. Essa película baseada na obra (de mesmo nome) de George Orwell é, se tanto, uma intensificação do que acontece há muito tempo em nossa sociedade. Está mais, pra falar a verdade, pra uma grande verdade acerca do que não nos é dito a respeito de nosso mundo e nosso modo de pensar. É um belo de um tapa na cara, sejamos francos, de uma sociedade cega e preguiçosa. Preguiça essa, não de trabalhar, trabalhar é fácil, geralmente requer pouca habilidade ou, se a requer, não é nada que não se domine em pouquíssimo tempo. Preguiça de pensar, isso sim. Pensar é difícil e, "por increça que parível", às vezes dói. Não uma dor física, claro, mas dói na consciência e no ego quando descobrimos, após poucas observações e um simples raciocínio lógico, que fomos enganados a vida toda. Pior ainda: nos deixamos enganar.

"Fala logo do filme", vocês devem estar pensando. Mas acreditem em mim quando eu digo que, por excepcional e contundente que essa obra possa ser (e é), ela não apresenta absolutamente NADA que você, leitor, já não devesse saber. É, ainda assim, digna de seu tempo assistindo-a. Convenhamos, são meros 113 minutos, menos de duas horas, para que você possa refletir sobre o que tem tornado a vida da humanidade menos feliz do que é possível, e você descobrirá de onde vem a idéia do famoso programa "Big Brother", bem como verão como não estamos longe de algo citado na obra: Pensamento-criminoso (thoughtcrime, no original).
Farei aqui um parêntese (ou devo dizer aspas?!) e darei a dica que me foi dada: "leiam o livro também". Eu mesmo não o li ainda, mas está na minha
enorme
lista "a ler". Há muito mais explicações, é o que fontes confiáveis me asseguraram, e torna a estória imensamente mais sensata, muito embora o filme já o seja, apesar dos pesares.
Até agora eu sequer mencionei personagens, heróis, vilões e afins mas, acreditem, foi proposital. E também não tenho intenções de fazê-lo, e deixarei a encargo de vossa curiosidade a busca por esse indispensável título para sua videoteca encefálica.




Título: 1984
Original: Nineteen Eighty-Four
País: Reino Unido
Elenco Principal: John Hurt, Richard Burton, Suzanna Hamilton.
Companhia: Umbrella-Rosenblum Films Production
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0087803/

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Os Imperdoáveis

(Unforgiven, 1992, 131 min)

Olá amigos do Excelente Filmes. Desde bem antes de começar a me interessar por filmes, se fazem filmes sobre os bravos cavaleiros que se aventuravam pelo oeste dos Estados Unidos para domar o território e lá estabelecer uma parte da nação. Tais cavaleiros normalmente tinham que lidar com problemas do local, na grande maioria das vezes índios e quase sempre maus, ou algum vizinho branco. Em geral, os personagens centrais da história sempre eram pessoas boas, mesmo com um passado não tão bom, e essa era a essência dos filmes western ou "faroeste". O que toda essa pré-definição de western tem a ver com "Os imperdoáveis"? Acredito que nada.

A história se passa no ano de 1880 em uma cidadezinha chamada Big Whiskey, Wyoming. Em uma noite chuvosa, uma prostituta tem seu rosto mutilado por ter rido do pequeno "instrumento" de seu cliente, porém a justiça não é algo presente na cidadezinha. O xerife local, Little Bill (Gene Hackman) faz um acordo com os culpados pelo ato bárbaro e os mesmos são soltos com a condição de entregarem seis pôneis ao dono do prostíbulo em que a jovem prostituta trabalhava. Buscando a justiça merecida, as outras prostitutas resolvem juntar suas economias para servir de recompensa a quem matar os dois homens responsáveis pela barbárie. Com 1000 dólares em jogo ao primeiro matador, não demora a aparecer em Big Whiskey quem se interesse pelo prêmio.

Essa soma acaba chamando a atenção de Schofield Kid (Jaimz Woolvett) que decide ir buscar um fazendeiro criador de porcos, mas que outrora fora um assasino sanguinário e violento "matando qualquer coisa que atravessasse seu caminho. Esse fazendeiro é William Munny (Clint Eastwood), casado e pai de dois filhos que se mostra relutante no começo, pois seu casamento havia lhe curado das maldades do mundo - porém não eliminado a culpa de suas ações. Finalmente convencido, Munny resolve procurar seu amigo Ned Logan (Morgan Freeman) e os três partem em direção a Big Whiskey.

"Os imperdoáveis" difere dos outros westerns americanos, basicamente, pela natureza dos personagens que permeam a história. O "mocinho" possui um passado de crimes terríveis, que apenas a lembrança o faz corroer-se por dentro. As mulheres, aqui representadas pelas prostitutas, não são passivas a tudo que ocorre ao redor delas e isso não quer dizer que são pessoas puras. O xerife em certo momento diz: "não gosto de assassinos nem homens de baixo caráter", porém ele é o menos qualificado para fazer tal afirmação. Tudo isso ajuda a construir o clima denso que a obra possui.

Desde sempre, os westerns sempre possuiram sua legião de adoradores. No começo, o astro era John Wayne. Nas décadas de 60 e 70, porém, a pessoa associada aos filmes de faroeste era Clint Eastwood, que se inspirou muito em filmes de bang-bang italiano, e o público adorava. Infelizmente, o gênero não sobreviveu à era pós Guerra nas Estrelas, e as pistolas foram trocadas por sabres de luz. Vejo os westerns hoje em dia caminhando de mãos dadas com os musicais: um dia adorados pelo público e crítica, no outro esquecidos e esnobados. Os verdadeiros fãs, porém, jamais os esquecerão.



Título: OS Imperdoáveis
Original: Unforgiven
País: EUA
Elenco Principal: Clint Eastwod, Gene Hackman, Morgan Freeman, Ricahrd Harris e Jaimz Woolvett
Companhia: Malpaso PRoductions
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0105695/

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Um Dia de Fúria

(Falling Down, 1993, 113 min)

Saudações seguidores do Excelente Filmes. Seguindo a onda "cinema-em-casa/sessão-da-tarde" do Douglas e apresentar um filme que, sinceramente, achei que já fizesse parte da nossa lista. Venho falar de Um dia de Fúria.

A história toda do filme se passa em apenas um dia... e que dia. Imaginem o trânsito caótico de SP em uma sexta-feira quando tem aquelas chuvas bacanas e tudo pára ou ainda aquelas cenas de engarrafamento na descida pra a praia em um feriado prolongado ou fim de ano. Pois bem, é em um desses engarrafamentos, porém em uma das áreas mais congestionadas de Los Angeles que o executivo William Foster (Michael Douglas) tem uma espécie de colapso nervoso devido ao calor e ao estresse e abandona seu carro na pista mesmo, levando consigo apenas sua maleta e dizendo que está simplesmente "indo para casa", tentando chegar a tempo para passar o aniversário de sua filha ao lado dela e de sua ex-esposa.

Em uma linha paralela na história, o detetive Prendergast da Polícia de Los Angeles (Robert Duvall), em seu último dia antes da aposentadoria, está a caminho do trabalho quando se depara com o carro abandonado de Foster e ajuda a tirá-lo do caminho, mal sabendo que aquilo seria o começo de uma grande caçada.

Para ajudar a piorar ainda mais a situação, quando Foster tenta ligar para sua ex-esposa mas fica sem moedas e ele vai até uma loja de conveniência de um coreano e até tenta seguir a política de "sem compra, sem troco" ao tentar comprar uma coca-cola. Ao ser informado do preço absurdo ele se irrita mais ainda e começa a esbravejar contra os estrangeiros que se mudam para os EUA e cobram preços absurdos... logo em seguida começa a brigar com o dono da loja e, com um bastão de baseball do coreano, começa a destruir a loja. Eventualmente ele se acalma um pouco e, antes de sair da loja, paga um "preço razoável" pela bebida.

Sua jornada até sua casa é um desabafo cruel, cínico e violento, uma catarse urbana que chega a ser engraçada de tão absurda. A única pessoa que parece compreender isso é o detetive Prendergast, que vê seu último dia em serviço antes de se aposentar virar de pernas para o ar devido à peregrinação cada vez mais perigosa do executivo pelos bairros pobres e ricos da cidade.

Apesar de soar oportunista e forçado em determinadas passagens, Um Dia de Fúria é um exercício interessantíssimo sobre uma realidade que muitas vezes se torna caótica para quem nela se vê irremediavelmente preso. É preciso acompanhar a história para perceber que William Foster não é simplesmente um lunático descontrolado... sua vida familiar é deveras problemática e há, também, a revolta contra um sistema que muitas vezes desfavorece seus cidadãos nativos em prol de outrem. Alguma semelhança com o mundo corporativo, com a realidade dos subúrbios, com as sinucas da vida pelas quais muita gente já teve que passar? Não é à toa que a identificação com o personagem principal é garantida. Mas não se enganem, a esperteza do roteiro está em dar as cartas ao espectador para que ele faça seu próprio julgamento a respeito da legitimidade de sua revolta.

Divirtam-se e vejam como terminará esse dia de fúria.





Título: Um Dia de Fúria
Original: Falling Down
País: EUA
Elenco Principal: Michael Douglas e Robert Duvall
Companhia: Alcor Films
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0106856/

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Eu Sou A Lenda

I Am Legend, 2008, 101 min)

Saudações, lendários leitores. Trago a vocês mais um filme para sua sessão "cinema-em-casa" e, dessa vez, um apocalíptico. Eu Sou A Lenda, conta a estória do cientista Robert Neville (Will Smith), único humano sobrevivente em Nova Iorque após uma contaminação em massa, consequência do ataque de um vírus que mat
ou grande parte da população e transformou todos os habitantes locais restantes (e aparentemente todo o mundo) em monstros.
Inexplicavelmente imune ao vírus, o protagonista passa dias ao lado de seu fiel pastor alemão caçando, passeando, desenvolvendo pesquisas à procura da cura para os que foram transformados em monstros canibais irracionais e, para experimentá-las, captura muitos destes ex-humanos que, apesar de irracionais, ainda vivem em bandos.
Muito embora Robert Neviile possa se dar ao luxo de caçar antílopes utilizando um Mustang ou qualquer outro carro que encontre pela rua, passar os dias sem companhia humana é um fardo que poucos suportariam, e ele faz o possível para lidar com humor com toda essa situação, e cria até mesmo um cotidiano para si. Uma de suas tarefas diárias é transmitir uma mensagem em todas as frequências AM e FM de rádio, dizendo que ele pode oferecer
abrigo, proteção, comida, dentre outros, e que quem quer que esteja ouvindo essa transmissão pode encontrá-lo todos os dias a um determinado horário no porto de Nova Iorque. Passam-se anos, no entanto, e ninguém aparece.
Não bastasse a situação miserável em que se encontra, ele vê seu chão ruir quando sua última companhia, se cão pastor, morre em seus braços, vítima de um ataque inesperado dos ex-humanos.
Mas nem só de M*** vive o homem (lol), e muito menos Hollywood, então algo acontece para melhorar a vida do perseverante cientista, a que dará rumo ao final da estória.
Com uma abordagem bem diferente dos outros filmes apocalípticos que já assisti, essa obra toca mais contundentemente em pontos como a loucura causada pela solidão e o desespero na procura por companhia e afeto humanos. Vale a pena conferir e sempre excelente e forte atuação de Will Smith em uma ficção dramática e muito emocionante.

Até a próxima sessão.





Título: Eu Sou A Lenda
Original: I Am Legend
País: EUA
Elenco Principal: Will Smith, Alice Braga, Charlie Tahan.
Companhia: Warner Bros. Pictures
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0480249/

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domingo, 11 de julho de 2010

Cães de Aluguel

(Reservoir Dogs, 1992, 99 min)


ALOHA, queridos, sanguinolentos e incrivelmente pacientes leitores. Estou de volta após meses de inatividade, e com um tí
tulo que não pode faltar no acervo cinematográfico de vossas caixolas: Cães de Aluguel.
Essa obra de Quentin Tarantino precede e faz muitas referências a Pulp Fiction (do qual iremos falar em breve, muito embora acredite que a maioria dos que lêem a este Blog já o conheçam) e apresenta muitas das características do irmão mais famoso: não-linearidade temporal, diálogos expressivos, personagens bem definidos, sanguem dentre outros.
A trama gira em torno de um assalto planejado pelo criminoso Joe Cabot (Lawrence Tierney
). Para o dito assalto ele contrata 6 homens de confiança dele, mas que não conhecem uns aos outros. Para diminuir os riscos da operação os 6 são instruídos a não revelar seus nomes uns aos outros, e são conhecidos como Mr. Blue (Edward Bunker), Mr. Brown (Quentin Tarant
ino), Mr. Orange (Tim Roth), Mr. White (Harvey Keitel), Mr. Blonde (Michael Madsen) e Mr. Pink (Steve Buscemi).
O problema é que o plano dá errado, e os integrantes da equipe pass
am a crer que há u
m traidor entre eles. Dentro de um galpão e sem saber ao certo qual é a situação do lado de fora,
os seis terão de encarar uns aos outros e descobrir quem é o delator.
A película é bem curta, com apenas 99 minutos, mas Quentin faz de cada momento uma eternidade, apresentando cenas fortíssimas sem necessariamente "mostrar" violência. Essa abordagem, usada por poucos e da qual Tarantino é mestre, faz com que o filme possa ser assistido por publicos mais jovens. O que pode incomodar a alguns (jamais a mim) é o vocabulário das personagens, apresentando muitos palavrões (como em qualquer filme Tarantinesco).
Recomendado pelo Excelente Filmes, Cães de Aluguel é um filme de ação dos melhores já feitos, com nota 8.4 no IMDB, e que te prenderá na frente da tela por bons 99 minutos.




Assistam e digam o que acharam. Abraços e até a próxima sessão.

Título: Cães de Aluguel
Original: Reservoir Dogs
País: EUA
Elenco Principal: Lawrence Tierney, Edward Bunker, Quentin Tarantino, Tim Roth, Harvey Keitel, Michael Madsen e Steve Buscemi.
Companhia: Live Entertainment

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sinfonia de Paris

(An American in Paris, 1951, 113 min)


Olá novametne amigos do Excelente Filmes. O filme que lhes apresentarei nesse post é mais um estrelado por Gene Kelly, dessa vez dirigido por Vincent Minelli. Assim como em "Um dia em Nova York", "Sinfonia de Paris" tem, além da atuação marcante, a marca do talento de Gene Kelly, registrada no grandioso número de ballet no final do filme. Gene Kelly não teve a idéia original - três anos antes um filme inglês "Os Sapatinhos Vermelhos" inovou ao apresentar um ballet de quinze minutos no meio da filmagem - porém sua criação e execução de dezesseis minutos foi tão bem sucedida que é tida como um marco na história do cinema e a ideia passou a ser utilizada em outros musicais da época, como "Cantando na Chuva".

Apesar de sua importância histórica, o filme peca em um dos principais pontos na minha opinião: seu enredo é um pouco fraco e os personagens poderiam ter sido melhor explorados. Porém, esses pontos são recompensados, se não superados, pela forma criativa como cada um dos personagens se descrevem logo no início do filme e a presença sempre marcante de Gene Kelly, que pode não ser o mais talentoso dos atores, mas seu carisma e talento na sua área compensam a falta de poder dramático.

Jerry Mulligan (Gene Kelly) é um ex-combatente americano que, logo ao final da Segunda Guerra Mundial, foi dispensado pelo exército e optou por se estabelecer em Paris como todo bom amante de artes e se dedicou à pintura de quadros, embora sua situação denotasse não ter tido muito sucesso com suas obras: Mora em um minúsculo apartamento no bairro parisiense de Montmartre. No mesmo hotel mora Adam Cook (Oscar Levant), outro americano, porém está em Paris para estudar música, mais necessáriamente piano clássico, embora o filme o apresente como sendo mais tendencioso ao Jazz. Outro grande amigo de Adam é Henri "Hank" Baurel (Georges Guétary) um cantor francês de certa fama que resolve visitar Adam para lhe contar que está para se casar com uma garota que, durante a Guerra, ficou sob seus cuidados. A garota em questão é Lise Bouvier (Leslie Caron) que trabalha em uma loja de perfumes de paris.

Quando Jerry está saindo para sua "exposição" nas ruas de paris, encontra Adam e Henry discutindo sobre gostos musicais, sendo que Henry defende a pureza da música clássica enquanto Adam, e mais tarde Jerry, defendem a versatilidade do Jazz. Nesse ponto entra o primeiro musical do filme com Adam ao piano e Jerry e Henry cantando By Strauss. Logo que Jerry chega para expor suas obras em uma calçada qualquer aparece uma garota que aprentemente está interessada em uma pintura, porém Jerry já adescarta a tomando por mais alguém que irá criticar sua obra.


Assim que a garota sai, Jerry é abordado por Milo Roberts (Nina Foch), uma milionária que, a princípio, se interessa pela arte do americano e resolve lhe ajudar a expor melhor suas obras em uma exposição em grandes salões. Jerry a acompanha até seu luxuoso apartamento para levar as pinturas e lá é convidado por Milo a participar de uma festa que esta vai dar a noite. Após relutar, Jerry aceita o convite e ao voltar, na hora marcada, descobre que a festa em questão era somente para ele e Milo. Ultrajado com a mentira de Milo quando o interesse dela não estava em sua arte propriamente dita, Jerry ameaça sair e levar suas pinturas mas é convencido por sua "empresária" de que ele precisa de ajuda e então acabam por ir a um bar encontrar um dos contatos de Milo. Ao chegarem, Jerry instantaneamente se apaixona por Lise, que está sentada na mesa ao lado, aparenta estar aborrecida.

Estabelecido o primeiro contato, Jerry acaba por descobrir o telefone da moça e a convence a sair com ele, fazendo com que ela também acabe se apaixonando por ele, porém sem lhe contar que está de casamento marcado com Henry Baurel.

Vela a pena conferir qual vai ser a escolha de Lise, as decisões de Milo e, é claro, o magnífico ballet ao final do filme.





Título: Sinfonia de Paris
Original: An American in Paris
País: EUA
Elenco Principal: Gene Kelly, Leslie Caron, Oscar Levant, Georges Guétary e Nina Foch
Companhia: MGM
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0043278/

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Um dia em Nova York

(On The Town, 1949, 98 min)


Olá amigos do Excelente Filmes. Depois de um longo inverno volto a postar sobre os musicais de Hollywood. Para celebrar esse retorno escolhi um grande musical e o primeiro dirigido e atuado por um certo Gene Kelly em parceria com Stanley Donen. Ambos estavam ingressando na nova "carreira" na época e, talvez por isso, tenham colocado tanto empenho e energia nas filmagens.

Um Dia Em Nova York é também um marco na história do cinema pois, na época, os diretores do estúdio acharam que Gene Kelly havia perdido o juízo quando decidiu filmar boa parte de seu trabalho em locações, nas ruas de Manhattan, coisa que em 1949 era raríssimo. O que tinha tudo para ser um fiasco tornou-se uma grande obra pela excelência de suas músicas, pela coreografia vibrante e encantadora a cada número, pelo elenco perfeito e pelas piadas muito bem empregadas e o bom humor contagiante de Sinatra.

Um Dia Em Nova York conta a história de três marinheiros - Gabey (Gene Kelly), Chip (Frank Sinatra), e Ozzie (Jules Munshin) - que saem em licença de 24 horas na cidade de Nova York. Logo na primeira cena os três já empolgados interpretam "New York, New York" (não confundam essa versão com a tão consagrada "New York, New York", tema de filme homônimo de Martin Scorsese interpretada por Sinatra). Porém, cada um tem seu próprio plano de divertimento: Chip quer ver o máximo da cidade possível utilizando um antigo guia datado de 1905 que seu avô lhe deu, Ozzie deseja encontrar-se com várias mulheres e Gabey, o mais sério, anseia por encontrar a mulher da sua vida.

A aventura dos três começa realmente quando, em um túnel do metrô, Gabey vê a fotografia da bela modelo Ivy Smith (Vera-Ellen) e diz ter encontrado a mulher de seus sonhos, arrastando seus melhores amigos a uma busca de sua paixão. Ao descerem em uma das estações do metrô, Gabey acidentalmente encontra Ivy, porém ela estava sendo fotografada para publicidade e acaba o esbobando. Ao saírem do metrô os três decidem que precisam chegar até a próxima estação para que Gabey a encontre novamente, é nesse momento em que conhecem Hildy Esterhazy (Betty Garrett), uma taxista que, mesmo terminada a guerra, se manteve na profissão. Hildy aceita levá-los até a próxima estação sob a condição de Chip, por quem se apaixonou logo de cara, ir sentado ao lado dela. Ao sairem da próxima estação sem terem encontrado a moça, os três decidem procurar por ela nos museus da cidade, pois no poster do metrô dizia que ela deveria visitar museus.

A primeira parada é no Museu de História Natural de Nova York, onde todos vão à procura de Ivy, incluisive Hildy, que deveria levar o seu taxi de volta para a garegem Ao se espalharem para procurar pela Miss Turnstiles, Ozzie acaba por conhecer Claire Hudson (Ann Miller), uma antropologista que estuda Homens Pre-históricos e encontra uma rara semelhança entre o marinheiro e uma estátua de um dos seus objetos de estudo "Homens Modernos, o que são?". Claire se empolga toda com seu "achado" e o dispensa logo depois de tirar-lhe as medidas, enquanto Ozzie se aproxima e lhe pergunta sobre o interesse em homens mais "maduros". Claire começa a lhe explicar e ambos vão ficando cada vez mais perto até que Claire o beija como nas cenas clássicas onde o mocinho toma a mochinha em seus braços e a inclina pra trás ao beijá-la, só que nesse caso os papéis estão invertidos.

Aqui entra o primeiro número do musical no qual Claire fala sobre seus Homens Pré-históricos (Prehistoric Man) . Ao saírem do Museu, Ozzie acidentalmente faz com que o esqueleto de um dinossauro exposto logo na entrada se desmonte. Já do lado de fora todos literalmente se jogam dentro do táxi de Hildy enquanto uma viatura da polícia recebe um chamado sobre o colapso de um dinossauro no Museu de História Natural, um gancho ótimo para um trocadilho, quando um dos policiais comenta que é uma pena o fato, pois Dinah Shore é sua cantora favorita.

O Grupo roda por diversos museus da cidade até que finalmente têm a ideia de se separarem para seguir a agenda impressa no poster da Miss Turnstiles que Gabey arrancou do metrô e de se econtrarem novamente no topo do Empire States Building às 8:30. Hildy diz que irá com Chip até a central do metrô atrás de informações enquanto Claire e Ozzie decidem ir ao Smithsonian para obter alguma informação.

Aqui entra o segundo número musical, Hildy e Chip estão a sós no táxi e ela agarra a oportunidade para convidá-lo para ir até sua casa (Come Up to My Place), mas Chip deseja fazer um rápido tour pela cidade e depois irem procurar por Ivy. Chip acaba por convencer Hildy a seguir pelo tour anotado no guia de seu avô, porém o que ele não sabe é que a maioria, se não forem todos, dos pontos turísticos apontados por seu avô não existem mais. Assim sendo, Hilde "vence" a batalha e Chip acaba indo com a moça para sua casa e finalmente se rendendo aos encantos da persistente taxista. Quando tudo parecia estar indo bem, entra em cena a colega de quarto de Hildy, Lucy Shmeeler (Alice Pearce), que os interrompe a cada minuto com seus espirros e técnicas para se livrar do resfriado até que Hildy decide se livrar dela.

Voltando para Gabey, que acaba de entrar no Symphonic Hall atrás de sua garota, que está ensaiando ballet com sua professora, Mme. Dilyovska, que a lembra sobre o compromisso como dançarina em Coney Island. E acaba por a encontrar treinando ballet de uma forma bem incomum e tenta a convidar para sair usando seu "charme" de marinheiro, o que não dá certo. Ao ver que estar perdendo, Gabey decide ir pelo lado da verdade e acaba por amolecer a mocinha ao dizer que é de Middleville, Indiana - a cidade natal de ambos - e acaba por lhe contar mais sobre sua cidadezinha e acabam fazendo o terceiro musical. Ao final Gabey a convida para saírem e marcam no topo do Empire State Builing. Porém, Ivy ainda tem que arranjar tempo para o compromisso em Coney Island.

Já com todos os pares acertados, resta agora eles se encontrarem no ponto marcado. O primeiro casal a chegar é Hildy e Chip, que está empolgado olhando os pontos turísticos por uma das lunetas do prédio, já se esquecendo de seu par. Hildy acaba por reclamar da falta de atenção do rapaz e decide ir embora quando este a magoa. Chip acaba por atirar seu guia pelo topo do prédio e se rende completamente de uma forma engraçada à Hildy (You're Awful). Os próximos a chegar são Claire e Ozzie que também não conseguiram - para não dizer que não tentaram - encontrar Ivy. E logo em seguida chega Gabey e diz que a conseguiu encontrar e que logo ela estará com eles, porém quem chega pelo elevador é um grupo de policiais, o dono da companhia de táxi de Hildy e o curador do Museu de História Natural cujo esqueleto de dinossauro havia sido destruído.

Vale a pena conferir como conseguiram se livrar de seus perseguidores e como Ivy conseguiu conciliar seu encotro com Gabey e não se atrasar para sua apresentação em Coney Island. Um filme bem produzido, ousando na forma de se filmar em locações e com excelentes musicais representados por grandes nomes do cinema.


Título: Um dia em Nova York
Original: On The Town
País: EUA Elenco Principal: Gene Kelly, Frank Sinatra, Jules Mushin, Vera-Ellen, Betty Garrett e Ann Miller.
Companhia: MGM

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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Curtindo a Vida Adoidado

(Ferris Bueller's Day Off, 1986, 103 min)


Mais um clássico da Sessão da Tarde. Pode-se dizer que se você nasceu na década de 80 e não assistiu às peripécias de Ferris Bueller, você não teve infância. É quase o mesmo que nunca ter brincado de Pega-Varetas, Pogobol, ou nunca ter tomado Toddy, sei lá.
Ferris Bueller (Matthew Broderick) é um estudante em vias de se formar, mas a quem não se pode tomar como um modelo exemplar de aluno. Sua especialidade é matar aulas, e ele o faz com maestria. Finge uma dor de estômago, engana seus pais e consegue que o deixem faltar à escola nesse dia.
Há no entanto, uma pessoa que não se deixa enganar por Ferris: Ed Rooney (Jeffrey Jones), diretor da escola. Este, após falhar em convencer a mãe de Ferris que seu filho não está doente, sai à caça de Bueller Chicago afora. Como diz um amigo meu, esse personagem é o melhor tipo de vilão: ele não desiste nunca, mesmo depois de ter sido humilhado de quase todas as formas que a mente humana pode conceber.
Outra que não cai na conversa de Ferris é sua irmã Jeanie (Jennifer Grey), que morde o cotovelo de raiva por seu irmão conseguir se dar bem sempre, mesmo desafiando autoridades. Ela fará de tudo para desmascarar o irmão e convencer o mundo de que ele é um pilantra enganador.
Ferris convence seu amigo pessimista Cameron (Alan Ruck) a entrar no jogo, e eles pegam emprestada a Ferrari 250 GT California (1961) do pai de Cameron, apesar dos apelos de Cameron. Pegam o carro e vão buscar a namoraad de Ferris, Sloane (Mia Sara), na escola, e saem para conhecer a cidade inteira, passando por todo tipo de lugar, desde museus a jogos de baseball.
Esse é o tipo de filme pra toda a família: divertido, leve e sem grandes complicações.



Título: Curtindo a Vida Adoidado
Original: Ferris Bueller's Day Off
País: EUA
Elenco Principal: Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jeffrey Jones, Jennifer Grey, Cindy Pickett, Lyman Ward, Edie McClurg, Charlie Sheen
Companhia: Paramount Pictures
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0091042/

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sete Anos no Tibet

(Seven Years in Tibet, 1997, 136 min)

Olá amigos do Excelente Filmes. Mais um dia, mais um post, mais um filme. Desta vez uma estória um pouco mais comovente e dramática, e com doses menos cavalares de ação.
'Sete Anos no Tibet' conta a estória de Heinrich Harrer (Brad Pitt), um alpinista austríaco de personalidade marcantemente arrogante e prepotente, em uma viagem que tinha tudo para ser um desastre completo, mas acaba por mudar sua vida nos mais variados aspectos.
Harrer, um jovem ambicioso e talentoso, é convidado a integrar uma expedição para escalar o monte Nanga Parbat. A expedição, no entanto, é obrigada a retornar devido a fortes tempestades e, ao chegarem à base da montanha, são presos como inimigos de guerra (são alemães e austríacos, e estão em solo britânico em plena 2ª Guerra Mundial).
Depois de inúmeros fracassos, Harrer consegue fugir, e se dirige ao Tibet, lar do ainda jovem Dalai Lama, em quem desperta enorme curiosidade. Começa então uma bela amizade, permeada por outros diversos sentimentos e fatores, e que darão uma beleza especial ao filme.
Sete anos no Tibet é uma excelente pedida para o início do final de semana, embora eu deva alertar que chega uma hora que "dá no saco" o sotaque austríaco do Brad Pitt.
Bom filme a todos, e até mais.



Título: Sete Anos no Tibet
Original: Seven Years in Tibet
País: EUA
Elenco Principal: Brad Pitt, David Thewlis, B.D. Wong, Jamyang Jamtsho Wangchuk.
Companhia: Mandalay Entertainment
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0120102/

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mad Max Além da Cúpula do Trovão

(Mad Max Beyond Thunderdome, 1985, 107 min)

Mais uma vez Mel Gibson estrela a franquia Mad Max, dessa vez com o subtítulo "Além da Cúpula do Trovão". Max está mais velho, cabelos compridos, já não tem mais seu carro e anda numa carroça puxada por camelos no deserto "mais desértico" que a série já apresentou. E eis que logo no início do filme alguém já pisa no calo do homem: lhe roubam a carroça em pleno deserto sem que ele pudesse fazer algo a respeito. O ladrão é Jedediah the Pilot (Bruce Spence) e seu filho Jedediah Jr. (Adam Cockburn), um pentelho, como poderão notar em suas poucas aparições.
Max sai no encalço do ladrão, e os rastros o levam até uma cidade (se é que se pode chamar assim) chamada Bartertown, a qual é governada por Aunt Entity (Tina Turner. Nas legendas ela é chamada "Tia" ou "Titia", que é a tradução de "Aunt"). O local é um arremedo de cidade. Mas, após o apocalipse sofrido pelo mundo, é o ápice da urbanização a se encontrar por aí. As transações são feitas na base de trocas, seja do que for: camelos, gente, serviços, objetos, etc.
Chegando no local Max já se mete em outra confusão ao não ter nada com o que barganhar, visto ter sido roubado. Suas explicações não interessam aos locais, então ele recorre à sua especialiadde: violência. Depois do fuzuê aprontado ele acaba por ser levado à presença de Aunt, e esta, após um teste, lhe propõe um acordo no qual ele terá de matar uma pessoa. O alvo é MasterBlaster. E na verdade se trata de duas pessoas: Um sujeito corpulento e marombado (Blaster) que anda com um senhor de tamanho diminuto (um anão) nas costas de nome Master. Master é o cérebro da dupla, e Blaster os músculos. Juntos na usina de metano eles indiretamente governam Bartertown, o que incomoda Aunt ao extremo.
Há muito mais no filme, mas não posso falar sem sacrificar algumas boas surpresas, de forma que fico por aqui mesmo. Esse filme, apesar de melhor produzido e com um Mel Gibson já com mais experiência, nem de longe agradou ao público tanto quanto os dois primeiros da trilogia. Ainda assim é divertido e continua a ser um filme de ação digno de ser assistido.
Excelente Filmes dá o seu "joínha", mesmo porque, caso contrário, sequer falaríamos dele.
Boa sessão a todos, e até a próxima.





Título: Mad Max Além da Cúpula do Trovão
Original: Mad Max Beyond Thunderdome
País: Austrália
Elenco Principal: Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence, Adam Cockburn, Frank Thring, Angelo Rossitto, Paul Larsson, Angry Anderson
Companhia: Kennedy Miller Productions
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0089530/

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Mad Max 2

(Mad Max 2, 1981, 95 min)

Continuando a saga do Guerreiro das Estradas, Max (Mel Gibson) está de volta e continua fazendo a rapa nas estradas do deserto australiano. Seu aspecto denuncia que ele não vive em lugar algum: roupas rasgadas, sujas, carro detonado indicam que as estradas são seu lar desde a tragédia que acometeu sua família. Mas agora ele tem um companheiro, um cachorro a quem sequer se deu ao trabalho de dar um nome (e, se deu, não o pronuncia em momento algum).
Em sua incessante busca por combustível ele cai numa tocaia preparada por um sujeitinho bem estranho que se entitula Capitão Gyro (Bruce Spence), mas é salvo por seu cachorro. Max toma Gyro como prisioneiro quando este promete saber a localização de um "oásis do combustível" a 40km dali. Seguem, então, guiados por Gyro, até um local no meio do nada, onde desponta uma pequena refinaria. Max monta acampamento e observa dia e noite, analisando o que ocorre.
Uma gangue de motoqueiros aparece todos os dias para importunar as pessoas que trabalham (na verdade vivem) na refinaria, tentando invadí-la sem sucesso.
Num determinado dia, um casal sai da refinaria em um carro e é abordado pelos motoqueiros. Estes estupram e matam a mulher, e deixam o homem (alvejado por flechas) para morrer no deserto. Max vê ali uma oportunidade: resgata o homem e o leva de volta à usina com a condição de que ele seja recompensado com quanto combustível ele (Max) puder carregar. Mas o homem morre tão logo chegam à refinaria, e Max é tomado como prisioneiro, e seu carro é tomado. Logo em seguida os arruaceiros retornam, liderados por um bandoleiro bizarro chamado Humungus, e cercam a refinaria com suas motos, e prometem matar a todos caso não abram mão da refinaria num prazo de 24 horas.
Pappagallo, líder da refinaria, tem intenção de fugir com todos e levando o combustível que se encontra dentro de um enorme tanque de caminhão pipa, mas não tem o caminhão para arrastar o tal tanque. Max, sempre oportunista, promete trazer um veículo capaz de arrastar o tanque, mas em troca quer sua liberdade, seu carro e quanto combustível puder carregar. Pappagallo aceita o trato e Max dá início a uma série de perseguições, as quais imortalizaram a franquia Mad Max.
Mais uma recomendação pra você curtir no conforto do lar. Pipoca, refrigerante e uma bela sequência de chutação de nádegas é receita garantida pra alegrar o dia de qualquer um.
Grande abraço, e até a próxima no Excelente Filmes.





Título: Mad Max 2
Original: Mad Max 2
País: Austrália
Elenco Principal: Mel Gibson, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps.
Companhia: Kennedy Miller Productions
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0082694/

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mad Max

(Mad Max, 1979, 88 min)

Boas a todos os bravos que acompanham nosso blog. Excelente Filmes retoma hoje o tópico Trilogias, há muito não tratado em nossas páginas.
E voltaremos com uma franquia que há pouco atingiu a terceira idade: Mad Max. Lançada em 1979 essa série conta com os títulos Mad Max, Mad Max 2 e Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (ou simplesmente Mad Max 3), todas estrelada por Mel Gibson (no início de sua carreira) e seus famosos trajes pretos de couro, chutando bundas como se não houvesse amanhã.
Comecemos do começo, então, com o que sugere título do presente post.
O cenário é a Austrália de um mundo pós-apocalíptico. O deserto australiano sofre com inúmeros ataques de gangues de motociclistas e a polícia local dedica especial atenção a estes baderneiros. Max Rockatansky (Mel Gibson), um jovem porém competente policial, acidentalmente mata um dos integrantes de uma dessas gangues. Um de seus amigos policiais tem o corpo completamente queimado, além de outros acidentes, e isso começa a preocupá-lo visto que tem uma esposa e um filho. Ao declarar sua intenção de deixar a polícia, no entanto, seu chefe pede a ele que esfrie a cabeça e re-pense o assunto com calma durante suas merecidas férias.
Max sai num passeio com sua esposa Jessie (Joanne Samuel) e seu filho Sprog (ô nomezinho) e se distrai o quanto pode, devotando grande atenção à família, coisa que o ofício não permitia no dia-a-dia.
Mas eis que há um infeliz encontro entre Jessie e a gangue de motoqueiros, e ela os rechaça e foge. Eles a perseguem, e ela conta ao marido o ocorrido. Se escondem o quanto podem, até que a gangue por fim consegue encontrá-la e matar mãe e filho. Esse acontecimento marca a "morte" do pacífico e bondoso Max, e dá espaço ao surgimento de Mad Max. Um homem que fará o que for preciso para vingar a morte de sua família, fazendo justiça como bem entender. É quando, também, ele toma para si o possante carro que em muito marcou o filme: um Interceptor (Ford Falcon XB GT Coupé) preto V8 cujo motor já deveria ser o suficiente pra amedrontar qualquer motoqueiro por aí.
Mad Max conhecido por suas cenas de perseguição que, embora possam causar risos a algumas pessoas hoje em dia, foram muito bem boladas paras os padrões da época. Ainda mais se considerarmos que o orçamento da produção foi de $400.000,00 e as bilheterias renderam cerca de $100.000.000,00, batendo o recorde de lucro/investimento até bem recentemente.
Vale a pena reservar um pedacinho do seu fim de semana para assistir a Mad Max, mesmo porque o primeiro filme é bem curtinho. Assistam e voltem aqui para dizer o que acharam.
Grande abraços a todos, e até a próxima.



Título: Mad Max
Original: Mad Max
País: Austrália
Elenco Principal: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne, Steve Bisley, Tim Burns.
Companhia: Kennedy Miller Productions
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0079501/

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Death Note

(Death Note, 2006, 37 episódios)

Iniciaremos hoje um novo tópico no Excelente Filmes: Animes e Séries. Tenho certeza que essa inovação no Blog se mostrará bem mais desafiadora do que atualmente me parece. Mas não posso me furtar a falar de um gênero tão rico em títulos e cada vez mais presente nas telas brasileiras. Além disso temos que lembrar que as animações abrem espaçoes para criações e possibilidades que os produtores, por muitas vezes, não têm em suas filmagens.
E eis que começo com um anime relativamente recente, mas certamente de peso, na história do gênero. Death Note jamais poderia passar em branco pelo Excelente Filmes.
Obs.: Convém deixar claro que o título tratado aqui é o ANIME. Há ainda a versão dos mangás (original) e a série LIVE (com atores reais e CG).
O que você faria se tivesse o poder de matar quem quisésse apenas escrevendo o nome da pessoa em um caderno? Pois esse é o mote de Death Note (literalmente "Caderno da Morte") e que, apesar de simples, gera discussão e estória para um total de 37 episódios interligados (não, não adianta querer começar do meio da estória, não é como Bob Esponja) com uma trama das mais complexas.
Light Yagami é um jovem e brilhante estudante japonês, um tanto aborrecido com a pequenez da humanidade e com a mediocridade do cotidiano. Mas acima de tudo ele se irrita com a injustiça do mundo.
Eis que um dia, ao voltar para casa, tropeça em um caderno de capa preta no qual está gravado "Death Note". Ao abrir o caderno ele lê: "O humano cujo nome for escrito neste caderno irá morrer". O garoto ri-se da piada, mas não resiste à tentação de levar o caderno consigo.
Após chegar em casa, re-analiza o caderno:

- O humano que tiver seu nome escrito no Death Note morrerá;
- Este caderno não surtirá efeito se o escritor não tiver em mente o rosto da vítima. Assim, pessoas que compartilham o mesmo nome não serão afetadas;
Nesse exato instante, na TV, um noticiário mostra cenas ao vivo de um sequestro, identificando rosto e nome do criminoso. Light, ainda duvidando da funcionalidade do caderno, resolve brincar e escreve o nome do sequestrador enquanto vê seu rosto na TV. Ri-se da própria ingenuidade quando nota que nada aconteceu. No entanto, 40 segundos mais tarde o noticiário informa que as vítimas do sequestro se libertaram, e a polícia anuncia que o criminoso morreu sem razão aparente.
Surpreso com o que chamou de "coincidência" o jovem Light resolve fazer mais alguns testes, todos bem-sucedidos, para sua surpresa, e percebe que pode trazer justiça a todo o mundo, livrando a humanidade de todos os assassinos, corruptos, ladrões e todo tipo de fora-da-lei, tornando a Terra um lugar melhor para se viver.
Para  quem gosta de uma boa trama, excelente argumentação e de um bom jogo psicológico de xadrez, Death Note é um prato cheio. É difícil assistir apenas a um episódio por dia. Reviravoltas acontecem aos montes; surpresas a cada instante; personagens fortes e marcantes e questões sobre as quais você próprio talvez devêsse pensar com mais frequência. Esse anime pode facilmente mudar sua forma de raciocinar (o fez comigo) e mostrará formas eficientes de enfrentar situações que parecem fugir ao seu controle.

Espero que curtam. Até a próxima no Excelente Filmes.



Título: Death Note
Original: Death Note
País: Japáo
Companhia: Death Note Film Partners
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0758742/companycredits

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Steamboy

(Steamboy, 2004, 126 min)

Bem, de volta à ativa, falemos de uma das mais demoradas e custosas produções da animação japonesa: Steamboy. Acreditem ou não essa produção levou 10 (sim, DEZ) anos para ser concluída. Ou, como diria Capitão Nascimento: "Do alemão 'zehn'; do francês 'dix'; do espanhol 'diez'". Bateu o recorde japonês de animação mais cara, flertando com a marca dos 22 milhões de dólares ($22.000.000,00). Isso, em Yenes, é zero pra dedéu. Na verdade, justamente por problemas financeiros (segundo o IMDB) a produção, iniciada em 1995, foi interrompida até 1998, totalizando um total de 8 anos de "produção de fato". A animação é repleta de fusões em 2D e 3D, tornando o longa uma experiência no mínimo diferente de tantas outras.
Mas, não só de efeitos especiais e CG se faz um bom filme, como costumo pensar. Então falemos um pouco da trama de Steamboy.
Muitos devem ter estranhado notado o fato de o nome da animação estar em inglês, e não em japonês como seria de se esperar. No entanto faz sentido se pensarem que a estória se passa na Inglaterra do século XIX, onde um jovem inventor (Rei Steam) é incumbido, por seu avô, de proteger e guardar uma esfera de aço cheia de vapor. Essa é a "Steam Ball", criada por seu avô e seu pai. No entanto, assim que recebe o invento em suas mãos, passa a ser perseguido por agentes que ele sabe serem da organização para a qual seu pai e seu avô trabalham, e sobre a qual este último o preveniu.
No decorrer da aventura, Rei se vê diante de um dilema moral sobre o uso que deve ser feito da Steam Ball, e tem uma decisão a tomr. Decisão essa que poderá ser o ponto chave do desenvolvimento tecnológico mundial, bem como do futuro de muitas nações em anos por vir.
Fica aqui a dica do Excelente Filmes. Vale lembrar que esse foi um óbvio e declarado esforço de superar a clássica produção de Akira (1988. Falaremos dela em breve), considerada por muitos a melhor e mais revolucionária animação de todos os tempos. Vale a pena averiguar se os esforços atingiram seus objetivos.
Abraços a todos, e até a próxima.



Título: Steamboy
Original: Steamboy
País: Japáo
Companhia: Bandai Visual Company
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0348121/

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

À memória de Gabriel Gustavo Gramasco



Ao meu querido amigo a quem tanto negligenciei. Ao homem de coração tão grande quanto seu corpanzil, cuja alegria demonstrada em cada ato de sua vida não poderemos mais vislumbrar.

Ao atleta perseverante que, se caía, o fazia por exigência da arte marcial, não por qualquer fraqueza que se pudesse notar.

Ao solícito camarada que não media esforços quando sua ajuda se fazia necessária. Ou, mesmo, quando ele simplesmente se sentia compelido a ajudar, ainda que não necessário, o que acontecia com alguma frequência.

Ao irmão que não se queixava de ouvir a queixa alheia, cujo largo ombro de certo guardou lágrimas de muitos que o amavam e a quem ele amava, cujas mãos fortes de lutador não hesitavam em ajudar os necessitados, se erguerem em protesto contra a injustiça e, ainda assim, eram gentis e quentes num aperto de mãos.

Ao meu querido Gabriel, cuja permanência corpórea entre nós pouco durou, minhas sinceras desculpas por você não ter visto um mundo compatível com sua alma.

Meus sentimentos pela sua ausência.

Meu muito obrigado por passar por nós em sua breve visita.

Todos nós amamos você. Espero revê-lo em breve.

"Requiem æternam dona eis, Domine,




et lux perpetua luceat eis." *

* "Descanso eterno a eles, Senhor, e que a luz perpétua os ilumine"

Douglas Celente
Kátia Celente
Soraia Celente
Miguel Celente
Daniel Celente
Jorge Celente
Carlos Augusto Bonifacio Leite
Viviane Nicolucci
Ivonete Celente

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Avatar


(Avatar, 2009, 162 min) - Por Guto Leite


Avatar: o estandarte dos nossos dias




Aproveitando que estava de passagem por São Paulo, ou melhor, aproveitando a agradável companhia dos meus amigos paulistas, aceitei o convite para assistir Avatar naquela hiper-moderna sala na Pompeia. Quando estava no tempo do narrado, achei que seria somente algumas horas de papo, risadas, cinema, diversão tridimensional (como todas as outras), mas qual não foi a minha surpresa ao ler que a tal curtição tinha desbancado Bastardos Inglórios e faturado o Globo de Ouro de melhor filme de drama.
Tudo bem, não é Berlim, Veneza, Cannes ou mesmo Sundance, festivais um pouco mais confiáveis (talvez o Glauber discordasse da minha lista), mas ainda é um festival que confere prêmios à sétima arte! Ou seja, pode até ser que Harry Potter ganhe “Efeitos Especiais” ou “O melhor investimento infantil para duas horas de cadeira”, mas ele está a priori fora da disputa pelos principais prêmios. Sei que esse a priori pede argumento, mas o que quero dizer –  e já disse por aqui antes – é que há uma diferença mais ou menos nítida entre filmes de arte e filmes de entretenimento, não? Não, acho que não, pelo menos não mais. Porém quais as consequências ou causas deste esmaecimento das fronteiras entre arte e entretenimento? Sigo com três argumentos sobre por que o filme não deveria ter levado o prêmio e já voltamos ao assunto.

Que os mais românticos me desculpem, e este é o meu primeiro ponto:  não acho totalmente verossímil o amor inter-espécie entre Jake Sully e Neytiri. Sei que não é lá uma crítica muito ferrenha, mas acho fundamental, daquelas que ou movimentam coerentemente o filme, ou me colocam a pulga atrás da cadeira e me indispõe em relação à obra. Não importa o quanto se esteja fragilizado, tenha sido lançado em um ambiente hostil, se receba uma acolhida mais ou menos inédita da tribo Na’vi, e a tal moça seja, vá lá, cheia de risos. Preciso de mais argumentos para aceitar a paixão do cara por uma mulher de três metros, azul, com calda, pêlos de felino e uma cultura absolutamente diversa. Há tanto no amor… Há, há sim, mas preciso de um pouco mais pra aceitar o tesão entre eles. Amar? Talvez. Atração são outros quinhentos.
Segundo ponto: o roteiro é até bastante amarrado – cada informação que aparece retorna depois para amarrar alguma coisa -, mas não se pode negar que o filme é uma coleção de clichês cinematográficos! Na minha opinião, é quase uma propaganda, de tanto que percebo o esforço de Cameron em agradar seu espectador. Pra não me acharem leviano, enumero alguns destes apelos: o heroi portador de uma deficiência física (e outra moral, já que se abre o filme dizendo que ele é meio tapado e pior do que o irmão), a questão da lealdade do soldado versus a lealdade aos princípios, a salvação do meio ambiente, a ciência contra o exército, a ciência contra o dinheiro, o amor entre diferentes, o amor dos jovens contra a tradição da tribo e, por fim, aquela espécie de hinduism for dummies com todo aquele papo de energia viva e que todos estão conectados. Estou deixando de lado, por falta de memória, mais uma boa quantidade de pequenos lugares comuns narrativos, mas acho que consegui expor o meu ponto. O que fica, ao deixar a sala de projeção, é a sensação de ter visto uma boa mistura de O último samurai, Final Fantasy e , é claro, algumas pitadas maldosas de Lilo & Stitch.

Deixo pro final a observação, talvez, menos óbvia. Depois de Titanic e Avatar (ele também dirigiu os primeiros Exterminador do Futuro e outros), James Cameron passou, de um diretor comum, para uma força a ser considerada no mercado cinematográfico. Acho que não é completa ou definitivamente, mas creio que ele puxa um pouco pra cima os orçamentos, põe em jogo mais uma peça na batalha entre grana e criatividade. Não sou obtuso para pensar que depois dele não haverá mais produções alternativas. Aliás, é interessante pensar que há sempre rebotes aos filmes bilionários de Cameron. A Bruxa de Blair (1999) em relação a Titanic (1997), e Atividade Paranormal em relação a este. Só queria questionar se nossa opinião não é mesmo “comprada” por efeitos especiais fabulosos e uma boa dose de mentiras imagéticas que gostaríamos de ver. Sim, o dinheiro compra a felicidade visual!
Lembram daquela pergunta, meio retórica, meio impossível de responder, a respeito da razão e dos efeitos da premiação de Avatar? Bem, vou usar meus privilégios de autor e arriscar uns palpites.  Por um lado, pode e espero que seja um fenômeno pontual (prêmios equivocados às vezes sempre acontecem). Embora no ano passado, a HFPA tenha premiado Quem quer ser um milionário?, mais ou menos tão apelativo quanto o ganhador deste ano, nos anos anteriores foram premiados Desejo e Reparação e Babel, filmes bem mais requintados e artísticos. Sendo assim, esqueçam tudo o que foi dito por aqui e estamos conversados. Por outro lado, pode ser que alguma coisa esteja desequilibrando a delicada balança entre autor e público que vem sendo sacudida desde o início do século XX, ou seja, desde que há público com M maiúsculo. Para atingir o maior público possível, lá na origem do projeto, Cameron escolheu diversas características e trabalhou continuamente para atingir sucesso de mercado. Ótimo, sem problemas! Salvo que parte das pessoas responsáveis por decidir o que se concebe como arte tem premiado filmes feitos para ganhar popularidade! Em outros termos, em vez de buscar a melhor forma possível (em conteúdo, estrutura, linguagem etc.) para sua intuição e suas verdades, ou mentiras, o artista agora pode, ainda timidamente, buscar a aprovação do público e fiar nela também o seu êxito artístico. Ele pode? Popularidade virou mérito artístico? Não sei, “cada um é cada um”, como ruminam por aí, mas tenho cá uma ressalva de que é sempre perigosa esta concessão populista. Estandarte vendido como arte!


Título: Avatar
Original: Avatar
País: EUA
Elenco Principal: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang.
Companhia: Twentieth Century-Fox
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0499549/

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Invictus




(Invictus, 2009, 133 min) - Por Guto Leite

No limite do jogo sujo 


Já disse por aqui, noutra ocasião, que não pode ser novidade pra ninguém que Clint Eastwood é um dos melhores diretores destas últimas décadas. Invictus, seu novo filme, ainda nas telonas, se não é brilhante como Bird e Os imperdoáveis, depõe muito a favor da habilidade notável do diretor em contar e escolher belíssimas histórias (o que já são dois talentos).
Em linhas gerais, o filme fala de como o presidente sul-africano Nelson Mandela buscou, durante seu mandato (1994-1999), realizar a transição entre o regime de apartheid e um regime mais democrático e conciliatório. Para isso, Eastwood recuou um pouco, no começo do filme, para o momento de soltura de Mandela, em 1990, e centrou sua narrativa na primeira Copa de Mundo de Rugby conquistada pelos sul-africanos, em 1995 (a segunda viria em 2007 sobre os ingleses, só pra saber).
Parece-me que o maior mérito do diretor neste filme (e não sou especialista na sétima arte) está na delicadeza e precisão com que ele constroi e amarra os dilemas de três grandes líderes para manterem coesos seu grupos. Mandela (Morgan Freeman), que como se diz numa das cenas, precisava evitar o medo e a desconfiança dos brancos – africaners ou descendentes dos britânicos – e o desejo de vingança dos negros. François Pienaar (Matt Damon), o capitão do time, que precisava despertar o sentimento patriótico em seus companheiros para que excedessem seus limites e vencessem os jogos. E, por fim, em segundo plano, Tony Kgoroge (Jason Tshabalala), o chefe da segurança, que, além de comandar agentes brancos e negros num mesmo “time”, deveria lidar com seu passado de humilhações e sofrimentos, noutros termos, precisava lidar com sua capacidade de perdão.
Orbitando esse requintado equilíbrio, ainda no jogo limpo, temos uma atuação muito boa de Morgan Freeman (lembrando bastante sua participação em Um sonho de liberdade), sobretudo até a metade do filme, quando interpreta um Mandela mais humano e menos político. Temos ainda cenas belíssimas de tolerância racial e celebração da igualdade, além de uma trilha impecável, que nos faz lembrar da afinidade do diretor com boa música. Em suma, trata-se realmente de um filme emocionante, disposto a comover o espectador.
Bom, diante dessa missão, que acho que foi tomada pelo diretor (de emocionar quem assiste ao filme), qual o limite do jogo sujo? Uma boa história, saber contá-la, cenas bonitas, boas atuações e trilha; acho que até aqui estamos de acordo que é tudo legítimo para fazer as cadeiras de cinema chegarem às lágrimas. Certo? No entanto, penso que alguns artifícios excedem um pouco a conta, forçam a barra para causar emoção. Por exemplo: na cena da vitória final do time, há uma sequência de tempo considerável em câmera lenta em que surgem imagens da população bastante pobre exaltada pelo título conquistado e das personagens envolvidas se emocionando com o feito. É válido este recurso? Até o mais insensível dos seres sente correr dos olhos uma ou outra lágrima. Eu, que não sou lá tão britânico, tive várias vezes de arrumar uma forma de limpar os olhos e seguir vendo o filme. Me emocionei, claro, na hora, mas saí do cinema com a sensação de que Eastwood havia jogado sujo comigo, que tinha me passado pra trás no campo da emoção.
Para aqueles menos turrões, entretanto, tenho certeza de que Invictus é uma ótima forma de dedicar duas horas e pouco de vida. É mais um bom filme de um bom diretor. É mais um bom filme deste ano que vai passar longe das premiações mais glamurosas (salvo Freeman, que ainda pode ganhar o Oscar), graças, infelizmente, a Avatar. Eastwood continua sendo um diretor, junto com os irmãos Cohen, Almodóvar, Woody Allen, Tarantino, Gus Van Sant, Wong Kar-Wai e outros, capazes de me arrancar de casa e me levar ao cinema, por suas formas peculiares e telentosas de contar boas histórias. Aos outros, prefiro esperar alguns meses e assistir no conforto e no espaço da individualidade.
“I am the master of my fate,
I am the captain of my soul” (“Invictus”, Henley)


Título: Invictus
Original: Invictus
País: EUA
Diretor: Clint Eastwood
Elenco Principal: Matt Damon, Morgan Freeman, Tony KgorogePatrick Mofokeng;

Companhia: Warner Bros. Pictures
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1057500/

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